Este texto apresenta, de forma serena e transparente, os motivos pelos quais o Baque Sativa passou a atuar de forma autônoma em relação ao Coletivo Mente Sativa, reafirmando nosso compromisso com diálogo, cultura, acolhimento e unidade na luta pela legalização da maconha. Não buscamos atacar pessoas ou grupos. Queremos oferecer contexto, registrar compromissos e apontar caminhos de cooperação.
Quem somos
O Baque Sativa é um grupo de percussão de rua, nascido na Marcha da Maconha de Goiânia em 2023. Nosso propósito é lutar pela legalização por meio da cultura, somando em atos públicos, atividades educativas e ações comunitárias com foco em acolhimento, redução de danos e organização de base.
Linha do tempo
- 2023 – Surgimento do Baque Sativa na Marcha da Maconha de Goiânia.
- 2023 a abril de 2025 – Participação conjunta com o Coletivo Mente Sativa.
- A partir de abril de 2025 – Caminho autônomo do Baque Sativa e construção coletiva do Coletivo 420 com outras forças culturais e ativistas.
Por que seguimos em autonomia
Ao longo da vivência conjunta apareceram diferenças de método, comunicação e direção política. Membros do Baque Sativa foram removidos de espaços de conversa digital e circularam acusações não comprovadas. Também identificamos a adoção de um viés político partidário e a prática de hierarquias informais que não reconhecemos como saudáveis para o campo antiproibicionista. Diante disso, optamos por seguir de forma autônoma para preservar nossos princípios e a qualidade do trabalho cultural que realizamos.
Não personalizamos conflitos, não disputamos quem “fala mais alto” e não respondemos com ofensas. Nossa escolha é por um caminho que privilegia construção de pontes, mediação de divergências e foco na pauta central: a legalização da maconha e a defesa de direitos.
O que é o Coletivo 420 e no que nos diferenciamos
O Baque Sativa somou, junto a outras pessoas e iniciativas, na criação do Coletivo 420. As diferenças centrais em relação ao Coletivo Mente Sativa são de projeto e prática:
- Apartidarismo – não temos vinculação orgânica com partidos e dialogamos toda esquerda: com quem defende liberdade, direitos humanos e o fim da guerra às drogas.
- Cultura no centro – tambores, arte e rua como linguagem de mobilização popular e cuidado comunitário.
- Autogestão e apoio mútuo – decisões coletivas, transparência e compromisso com processos abertos.
- Redução de danos – informação responsável e acolhimento como método político.
Politicamente, o Coletivo 420 se afirma como coletivo apartidário anarco-comunista. Isso, para nós, significa organizar de forma horizontal, construir o comum e praticar solidariedade, recusando hierarquias autoritárias que historicamente sustentam a proibição.
Relação com a Marcha da Maconha de Goiânia
Continuamos a manifestar nosso apoio à Marcha da Maconha de Goiânia, honrando suas origens e ideais. Embora não estejamos diretamente envolvidos na organização central da marcha em 2025, nos reconhecemos como apoiadores históricos e atuantes. Nossa participação se manifesta na divulgação, presença e colaboração com iniciativas culturais, como o “Conexão 420”. Além disso, realizamos atividades independentes de mobilização e promoção da Marcha da Maconha de Goiânia 2025, e também participamos ativamente, com apresentações do Grupo Baque Sativa. Estendemos nossa divulgação da Marcha de Goiânia para o interior do estado, alcançando cidades como Anápolis, Pirenópolis e Aparecida de Goiânia. Onde houver um esforço coletivo em prol da legalização e da liberdade, estaremos lá.
Com a esperança de fomentar um diálogo construtivo em 2026 e nos anos subsequentes, almejamos a colaboração e nosso reconhecimento na construção da Marcha da Maconha de Goiânia. Buscamos um ambiente de respeito às divergências e celebração da diversidade, unindo esforços em prol da legalização de todos os usos da maconha.
Nossos princípios – e o que nos comprometemos a fazer
- Autonomia com cooperação – cada coletivo com sua identidade, somando onde houver convergência.
- Apartidarismo – foco na pauta, sem carteiradas nem hierarquias informais, diálogo com todos os campos da esquerda.
- Cultura como cuidado – tambores, arte e educação popular para acolher, informar e organizar.
- Transparência – convites públicos, processos abertos e prestação de contas das ações.
- Não retaliação – responder divergências com diálogo, não com ofensa.
- Unidade na diversidade – respeitar diferentes trajetórias mantendo o horizonte comum.
Propostas para pacificação e trabalho comum
- Calendário colaborativo – agenda compartilhada de ações, ensaios e atividades educativas.
- Protocolo de convivência – regras simples de respeito mútuo em atos e nos espaços de conversa.
- Mediação de conflitos – quando houver ruídos, priorizar escuta e mediação por pessoas de confiança.
- Comunicação responsável – evitar boatos, priorizar notas oficiais e registros públicos de decisões.
- Cuidado com espaços digitais – moderação transparente e critérios claros para entrada e saída de membros.
Perguntas frequentes
O Baque Sativa “rompeu” com a Marcha de Goiânia?
Não. Seguimos como apoiadores e articuladores históricos a Marcha e suas raízes. Nossa autonomia diz respeito à organização interna e ao caminho político-cultural que escolhemos.
Há ataques pessoais nesta decisão?
Não. Não buscamos expor ou acusar pessoas. Registramos diferenças de método e direção e seguimos adiante com serenidade.
Vocês são contra partidos?
Não se trata disso. Somos apartidários – não temos vinculação organizativa. Dialogamos com toda a esquerda.
Como participar ou somar?
Nossos ensaios e ações culturais são públicos. Entre em contato pelos canais oficiais, participe de uma atividade e conheça nossos princípios na prática.
Convite
Se você acredita que cultura, diálogo e organização de base são caminhos para a liberdade, caminhe com a gente. O Coletivo 420 e Baque Sativa seguem batendo o compasso de rua por legalização da maconha, dignidade e futuro, com paz, coragem e trabalho concreto.
