A rua é nosso tambor. Em 31 de agosto, Goiânia volta a respirar música, cores e organização popular com a Marcha da Maconha 2025. Este editorial convida blocos de percussão, artistas, ativistas, estudantes, cultivadores, palhaçxs e todo mundo que soma a transformar a cidade em um grande cortejo pela liberdade. O Bonde Bloco Sativa 420 puxa a batida, mas o compasso é de quem chega junto.
Por que marchar
Marchar é afirmar vida, direitos e futuro. A proibição não impediu o uso, só empurrou pessoas para a violência, para o preconceito e para prisões injustas. A legalização da maconha é um passo necessário para reduzir danos, garantir cuidado, abrir oportunidades econômicas e desfazer parte das desigualdades que a guerra às drogas aprofundou. Quando a cultura ocupa as ruas, ela também educa, protege e cria redes de apoio.
Cultura como cuidado
Nosso caminho coloca a cultura no centro. Tambores afinam ritmo e corpo, ajudam na organização e no acolhimento. Entre uma batida e outra, a cidade vê que é possível construir ordem popular sem autoritarismo: combinando respeito, escuta e responsabilidade coletiva. Arte e educação popular são práticas de redução de danos e de segurança comunitária.
Como chegar junto
- Traga seu instrumento, fantasia, faixa, cartaz ou simplesmente sua presença.
- Combine um ponto de encontro com o seu grupo para chegar e sair em segurança.
- Hidrate, use protetor solar e chapéu. Traga garrafa d’água reutilizável.
- Respeito é inegociável – famílias, pacientes, pessoas com deficiência, corpos e trajetórias diversas.
- Siga as orientações de organização e evite empurra empurra. A festa é popular e pacífica.
- Registre, mas peça autorização antes de fotografar rostos em close.
Quando?
- Data – sábado, 31 de agosto
- Concentração – 14h na escadaria próxima ao Palácio da Cultura
- Cortejo – puxado pelo Baque Sativa
- O que levar – água, documento, protetor solar, instrumentos, cartazes e disposição para somar
Para quem é de cada frente
- Blocos de percussão – tragam seus naipes e toadas. A rua é o nosso ensaio geral.
- Artistas e coletivos – intervenções visuais e performáticas são bem vindas.
- Estudantes – convoquem centros e diretórios, tragam as pautas de permanência e cuidado.
- Pacientes e familiares – a luta por acesso digno e regulamentado é central, sua presença fortalece.
- Cultivadores – partilhem conhecimento sobre autocultivo responsável e redução de danos.
- Palhaçxs e fantasias – alegria também é linguagem política.
O que defendemos
- Legalização com justiça social – reparação, liberdade e oportunidades.
- Redução de danos – informação responsável e cuidado mútuo.
- Apartidarismo – diálogo com quem defende direitos humanos e liberdade, sem carteiradas ou hierarquias informais, em diálogo com toda a esquerda.
- Transparência – processos abertos, convites públicos e prestação de contas.
- Unidade na diversidade – diferenças existem, mas o horizonte comum é maior.