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Facebook e Instagram suspenderam a censura do debate sobre a Maconha?

Segundo a Marijuana Moment, no dia 13 de junho de 2025, a Meta (proprietária do Facebook, Instagram e Threads) aparentemente suspendeu a restrição nas buscas por termos como “marijuana” e “cannabis”
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Facebook e Instagram suspenderam a censura da “maconha”? – Não é Bem Assim!

Ainda recentemente, perfis relacionados à Maconha, com conteúdos meramente informativos e educativos, vinham sofrendo restrições e banimentos, como é o caso da recente suspensão do perfil da Marcha da Maconha de Belo Horizonte. As buscas por termos relacionados à plantinha também retornavam erros e restrição de conteúdos — uma forma clara de censura e restrição ao acesso à informação. Agora, tais buscas passam a apresentar resultados normalmente, sem o alerta e perfis foram restaurados.

Entretanto, a Marijuana Moment e ativistas como Kat Murti (SSDP) e Morgan Fox (NORML) alertam que a mudança pode ser apenas parcial ou temporária, sem uma reestruturação mais profunda nas políticas de moderação da Meta. Além disso, continuam a ocorrer “shadowbans”, exclusão de perfis, limitação de alcance e remoção de posts — inclusive de páginas legais e de grupos de redução de danos — sob justificativas pouco transparentes

Censura ainda vigente

Como já denunciamos em nosso editorial “Redes sociais impedem o debate sobre a legalização da maconha e mudanças na política de drogas“, a política de moderação da Meta permanece profundamente seletiva e enviesada. Termos como “maconha”, “legalização”, “drogas” e “redução de danos” ainda ativam mecanismos automáticos de limitação de alcance (shadowban), exclusão de postagens e até bloqueio de perfis inteiros.

No caso do 4e20 Antiproibicionista, nossa página já teve publicações removidas sem explicação e sofreu restrições por divulgar conteúdo informativo sobre a Marcha da Maconha, zines educativos e campanhas de mobilização cidadã. Assim como nós, diversos coletivos, terapeutas canábicos e comunicadores sofrem com essa repressão digital que dificulta o debate público e científico sobre a política de drogas.

Apesar de uma recente mudança na prática de busca da Meta, que deixou de exibir alertas de “denuncie venda de drogas” ao pesquisar por “marijuana” e “cannabis”, os desafios persistem. Perfis antiproibicionistas, de redução de danos e até empresas regulamentadas seguem sendo silenciados por exclusões, shadowbans e cortes arbitrários de alcance. É hora de exigir políticas justas e transparentes nas plataformas digitais.

A ausência de uma política transparente e de um canal de apelação eficaz agrava a situação. O conteúdo que poderia contribuir para uma sociedade mais informada, consciente e livre de estigmas continua sendo tratado como “perigoso” por um algoritmo que não diferencia educação de apologia.








Considerações Antiproibicionistas

Embora a reversão parcial nas buscas e diminuição de restrições seja positiva — representa um pequeno passo na direção certa — a censura seletiva continua. Sem transparência, interlocução real com especialistas do movimento e uma política clara que diferencie “promoção do tráfico” de “informação pública”, a mudança pode ser superficial.

Nossa posição no 4e20 é clara: não basta apagar o aviso nas buscas, é necessário garantir acesso irrestrito a conteúdos relacionados à saúde, legislação, redução de danos e mobilização política sobre a cannabis. Os recados de Kat Murti (SSDP) e Morgan Fox (NORML) também refletem isso: é preciso mudança estrutural — com um processo eficaz de apelação e uma moderação feita com base em temas políticos e de saúde pública

O que precisa mudar? (A política que a Meta deveria adotar)

Para que a remoção do aviso nas buscas não seja apenas maquiagem digital, a Meta e outras plataformas precisam tomar medidas concretas e estruturais:

  1. Transparência nas diretrizes: Políticas claras que diferenciem conteúdo educativo de incitação à venda ilegal.
  2. Diálogo com especialistas: Adoção de conselhos consultivos com representantes do movimento antiproibicionista, da saúde pública e da ciência.
  3. Canais de apelação acessíveis: Processo de revisão justo e rápido para criadores de conteúdo impactados por moderação injusta.
  4. Fim da penalização automática de palavras-chave: O uso dos termos “maconha”, “cannabis”, “legalização” ou “drogas” não deve ser critério para censura.

Estamos vivendo um momento de virada na política de drogas no Brasil e no mundo. A informação é peça-chave nessa transformação — e as redes sociais, ao censurá-la, assumem um papel contrário ao progresso social. Celebramos a pequena vitória de poder buscar “cannabis” sem ser censurado, mas seguimos atentos: não basta liberar as buscas, é preciso garantir o direito de informar, educar e mobilizar sem medo.

No 4e20 Antiproibicionista, seguimos na luta por liberdade, justiça social e uma internet verdadeiramente democrática.

Autor

  • Felipe Matos

    Advogado Antiproibicionista, percussionista, desenvolvedor web, anarco-comunista!

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