A América do Sul é marcada por uma profunda diversidade nas políticas em torno da maconha. Enquanto alguns países avançam na regulamentação, outros mantêm posturas proibicionistas que atrasam direitos, saúde pública e liberdade.
Uso Adulto: Uruguai à Frente
No uso adulto, apenas o Uruguai legalizou plenamente todas as etapas: cultivo, compra, venda e consumo, com regulação estatal e garantia de direitos para a população. É referência mundial, mostrando que legalização é mais que não punir: é regular, proteger e garantir acesso seguro.
Descriminalização: Avanço, Mas Não Suficiente
Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Brasil (com a recente decisão do STF) descriminalizaram o porte de pequenas quantidades para uso pessoal. Isso significa que o usuário não vai mais para a cadeia, mas ainda não existe acesso legal, garantia de qualidade ou proteção real. O comércio segue proibido e o estigma permanece.
Uso Medicinal: Realidade Em Expansão
A maior parte dos países já reconhece a importância medicinal da cannabis: Uruguai, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Brasil (com autorização da Anvisa). Apesar do avanço, a burocracia e o alto custo dificultam o acesso pleno e justo para quem precisa.
Produção de Cânhamo: Potencial Econômico e Social
Além do uso medicinal e adulto, cresce o debate sobre o cânhamo industrial. Já é realidade em diversos países (exceto Bolívia e Venezuela), com potencial para movimentar a economia, gerar emprego e fomentar práticas sustentáveis.
Descriminalização x Legalização
Descriminalizar é não prender mais o usuário, mas sem garantir acesso nem controle de qualidade — o mercado segue ilegal. Legalizar vai além: é regular toda a cadeia, proteger a saúde pública, combater o crime organizado e fortalecer direitos.
O Brasil Precisa Avançar
O Brasil ainda fica para trás. Avançou na descriminalização, mas carece de regulamentação ampla, política de redução de danos e acesso seguro para toda a população. É urgente superar o atraso, garantir direitos, combater o estigma e fortalecer a luta antiproibicionista.
Legalizar é garantir direitos, saúde, liberdade e justiça. Só a legalização plena pode acabar com o estigma, promover o acesso seguro, proteger a comunidade e fortalecer a luta antiproibicionista. A luta continua!